quinta-feira, 26 de maio de 2011

Coisas que eu nunca contei-3ª parte

Para terminar esta trilogia, vou tentar resumir o resto. Após vários acontecimentos, e de ter visto tanta gente a entrar e a sair daquela sala, e após vários dias de internamento, deram-me alta no dia 23 de Dezembro (de 2007) com a condição de voltar no dia 28 para fazer mais exames e análises e também para regressar a qualquer sinal ou sintoma. Acontece que no dia 26, por sinal, dia dos meus anos, comecei a sentir dores à noite. Tomei um antipirético e acabei por adormecer. No outro dia, e já sem o efeito de medicação voltaram-me as dores, mas desta vez com muito mais intensidade, que ao longo do dia foram piorando, mesmo com recurso a analgésicos e antipiréticos. Telefonei ao marido, esperei que chegasse para deixarmos o filhote na casa da minha mãe e rumamos para o hospital com a maior urgência. As dores tinham-se tornado insuportáveis, praticamente não encontrava posição para ir no carro e só me apetecia gritar, tal eram as dores, horríveis mesmo. Dei entrada no hospital cerca das 20 h e tal, fizeram-me toques, mesmo sabendo e conhecendo o meu processo, mais ecografias, vaginais e outras, e só às 04:30 da manhã, e a após ter desmaiado ter entrado em choque, praticamente em colapso, decidiram levar-me para o bloco. Tive uma hemorragia interna, obviamente que me retiraram um trompa, a direita, e mesmo assim, só me disseram porque no outro dia perguntei o que me tinham feito. Até eu, que sou uma leiga na medicina sabia que só podia estar com uma hemorragia, aliás, era isso que quiseram evitar que acontecesse, mas que devido à demora desta equipa que me atendeu nesse dia, eu ia morrendo, e ia deixando o meu filho sem mãe. Culpei tudo e todos, e ao fim deste tempo todo, nunca pensei voltar a engravidar, uma vez que estive a tentar perto de 2 anos e nada. Este era o momento, mas eu não sabia e não estava nada à espera...confesso que não...agora estou feliz, mas na altura custou-me aceitar, foi uma mistura de medo e outras coisas, mas tenho a certeza que não serei má mãe por isso. Agora só peço a Deus e a Nossa Senhora que me ajude no resto desta caminhada e que faça tudo correr bem, e que a minha filha nasça com muita saúde, e que me dê mais uma razão para viver.

4 comentários:

  1. Oh, amiga, que saga!
    Vai correr tudo bem, vais ver!
    Bjs grandes

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  2. olá
    Que turbilhão de emoções que vão nesse coração... estas fases são complicadas,mas passam! Fórça-te a ver as coisas de outra forma, lê só coisas bonitas e positivas,ouve musica de "bom astral" e volta costas à tristeza,pode parecer parvo mas se forçares o animo serà diferente;
    bjs

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  3. Realmente foi um episódio muito dificil, além do susto que foi para vocês mais o saber que a possibilidade de engravidar outra vez reduziu drásticamente agora q só tinhas uma trompa, é mesmo duma pessoa ir-se abaixo...

    Mas o importante é que recuperas-te e tens ai a tua menina... pensa antes que a má fase já foi, agora´são só coisas boas :D

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